Políticas públicas como utopia para Guiné-Bissau e a falácia da democracia

Autores

  • Antônio Evaldo Almeida Barros
  • Euclides Mendes de Carvalho
  • Aylana Cristina Rabelo Silva

Palavras-chave:

Políticas Públicas. Utopia. Democracia representativa.

Resumo

Este artigo propõe-se a uma reflexão da presença de uma utopia (sonho) na nação (Sociedade Guineense)
construída com a promessa do desenvolvimento da Guiné-Bissau, situação falsa e cheia de ilusões
criada pelo Estado (Governo), com discurso de melhoria de vida nas principais estruturas sociais,
como: saúde, educação, urbanismos e inclusão social, embora exista uma crise estrutural no país, em
termo das políticas públicas sociais e das instituições do Estado. Neste sentido podemos afirmar que a
situação se deveu por um lado essencialmente, na incapacidade do partido único Partido Africano para
a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no poder que unia duas nações que gritavam o Hino
que lhes eram comum (Ramos do mesmo tronco). A Guiné-Bissau apresenta uma estrutura social heterogênea,
composta por aproximadamente cerca de vinte grupos étnicos, e, destes, alguns já em extinção.
À semelhança de grande parte de países africanos, essa composição social aliada ao baixo índice de
alfabetização e à pobreza extrema têm sido problemas que obstaculizam o funcionamento das instituições.
Contudo, a existência do componente étnico continua sendo negligenciada pelo poder público e,
às vezes, por alguns analistas descuidados com o cenário político-social local como um dos entraves ao
processo democrático nacional, no entanto, da construção de uma verdadeira nação.

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Biografia do Autor

Antônio Evaldo Almeida Barros

Graduação em História pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA (2005) e Mestrado em Estudos
Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, (2007). Doutor em Estudos
Étnicos e Africanos pela UFBA (2012). Desde 2001, pesquisas sobre processos identitários, festas
e culturas populares no contexto do Maranhão Republicano. A partir de 2008, iniciou sua incursão
no continente africano, precisamente na África do Sul, realizando pesquisas sobre as relações entre
memória e nação.

Euclides Mendes de Carvalho

Graduação em Comunicação Social – Relações Públicas pela Universidade Federal do Maranhão –
UFMA (2014). Mestrado em andamento em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão
– UFMA (Inicio 2017. Conclusão é 2019). Produções nas temáticas: Na área de ciências sociais,
Estado, Cultura e Políticas Públicas. Experiência na área de Comunicação, com ênfase em Relações
Públicas e demais áreas afins, publicidade e propaganda, assessoria de comunicação e jornalismo.

Aylana Cristina Rabelo Silva

Graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA (2016). Especialização
pela Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal
do Maranhão – HUUFMA (2018). Mestrado em andamento em Desenvolvimento Socioespacial e
Regional da Universidade Estadual do Maranhão –UEMA (2018 – atualmente). Produções com enfoque
nas temáticas: lutas sociais da classe trabalhadora, questão agrária e política de saúde.

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Publicado

2019-01-05

Como Citar

Barros, A. E. A., de Carvalho, E. M., & Silva, A. C. R. (2019). Políticas públicas como utopia para Guiné-Bissau e a falácia da democracia. Revista Interdisciplinar Em Cultura E Sociedade, 4(Espec), 635–646. Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10555

Edição

Seção

Eixo 3 - Mídia, Patrimônio Cultural e Sociedade