Formas e eficácias da linguagem não verbal na comunicação indígena: a manutenção da cultura da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo no Município de Barra do Corda – MA

Autores

  • Valdirene Pereira da Conceição
  • Maurício José Morais Costa
  • Paulo Henrique Machado Corado

Palavras-chave:

Linguagem oral. Etnia Guajajara. Mobilização e cultura dos Gujajaras. Aldeia Tamarindo, Barra do Corda - MA.

Resumo

Investigação sobre as formas e a eficácia da linguagem oral na manutenção da cultura da etnia Guajajara
na Aldeia Tamarindo, do município de Barra do Corda-MA. Tem como objetivo analisar as
formas e a eficácia com que a etnia Guajajara, utiliza a linguagem oral interpessoal em ações de
mobilização social e manutenção da cultura. Trata, assim, de uma pesquisa qualitativa de natureza
analítico-descritiva norteada por meio de pesquisa bibliográfica e de pesquisa de campo; pelo método
etnográfico e pela análise de assunto adotada por Bardin. Utiliza como instrumento de coleta de
dados, as técnicas de entrevista semiestruturada, observação e diário de protocolo verbal no sentido
de compreender como a linguagem não verbal é utilizada pelos Guajajaras em suas relações interpessoais
frente aos diferentes meios e estratégias de comunicação disponíveis na Aldeia Tamarindo.
Concebe a linguagem oral como uma ferramenta de fundamental importância no resgate da sabedoria
acumulada ao longo do tempo, e principalmente na coesão da organização social, fazendo para tanto,
uma incursão nas formas como as tradições orais da Aldeia Tamarindo subsistiram com o passar dos
anos. Apresenta como resultado inicial, que o enraizamento da cultura, expressos pelos ensinamentos
domésticos, festejos e atos públicos comunitários da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo, localizada
há 50 km da cidade de Barra do Corda e constituída por cerca de 30 famílias, cujas atividades principais
compreendem as práticas de agricultura familiar, o cultivo de mandioca, milho, dentre outras, se
dá por meio da oralidade reforçada pelos caciques, pais e professores na transmissão do seu modo de
saber, fazer e viver às gerações mais novas, e assim manter vivas suas tradições. Revela também que
mesmo havendo a predominância da linguagem oral – a exemplo a comunicação boca-a-boca – em
ações de mobilização social da Aldeia Tamarindo, coexistem outras estratégias de comunicação, a
exemplo de celulares com Wi-Fi e de computadores, ainda que em menor frequência. Destaca que a
oralidade, a iconografia, o artesanato, o modo de produzir e viver, são traços marcantes da região da
Aldeia Tamarindo, constituindo-se então como forma e meio de registro que a comunidade encontra
para transmitir para outras gerações, seus saberes e feitos originando assim os legados históricos que
se constituem em patrimônios demarcados no tempo e no espaço, devem ter o devido reconhecimento
da comunidade Guajajara no Estado do Maranhão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valdirene Pereira da Conceição

Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA
(Brasil). Doutora em Linguística e Língua Portuguesa.

Maurício José Morais Costa

Mestrando em Cultura e Sociedade (PGCult-UFMA). Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade
Federal do Maranhão (UFMA). Atualmente é membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural (GEPPac), do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Tecnologias Digitais na
Educação (GEP-TDE) e do Grupo de Estudos e Pesquisas na Análise de Materiais Publicados, de
Divulgação da Ciência, em Mídia Digital ou Impressa (GEP-DCMIDI) na Universidade Federal do
Maranhão.

Paulo Henrique Machado Corado

Graduando em História pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Referências

ALVES, Raimundo Nonato Brabo. Características da agricultura indígena e sua influência na

produção familiar da Amazônia. Belém, PA: Embrapa, 2001. 20 p.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009. 225 p.

BRUNO-FARIA, Maria de Fátima; FONSECA, Marcus Vinícius de Araújo. Cultura de Inovação:

conceitos e modelos teóricos. RAC, Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, art. 1, p. 372--396, jul./ago. 2014.

Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rac/v18n4/1415-6555-rac-18-04-00372.pdf>. Acesso em:

dez. 2017.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1

DALLEGRAVE, Karolina. Estudo de casos dos telejornais “Jornal Nacional” e “SBTBrasil”: Linguagem

Verbal e Não-Verbal dos Apresentadores. In: INTERCOM -SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ESTUDOS INTERDICIPLINARES DACOMUNICAÇÃO, 2007, São Paulo. Anais... Mato Grosso

do Sul: UFMGS, 2007.

GAIARSA, José Ângelo. O Espelho mágico: um fenômeno social chamado corpo e alma. 12. ed.

São Paulo: Summus, 1994a.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184 p.

MCGARRY, Kevin. O contexto dinâmico da informação : uma análise introdutória. Tradução de

Helena Vilar de Lemos. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Editora Abril, 1984.

MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica.

ed. São Paulo: Atlas, 2003. 310 p.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho cientifico:

métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho científico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 277 p.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA.

Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas: perguntas e respostas.

Brasília, DF: UNESCO, 2008. 9 p. Disponível em: < http://unesdoc.unesco.org/images/

/001627/162708POR.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2017.

Downloads

Publicado

2019-01-05

Como Citar

da Conceição, V. P., Costa, M. J. M., & Corado, P. H. M. (2019). Formas e eficácias da linguagem não verbal na comunicação indígena: a manutenção da cultura da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo no Município de Barra do Corda – MA. Revista Interdisciplinar Em Cultura E Sociedade, 4(Espec), 573–584. Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10551

Edição

Seção

Eixo 3 - Mídia, Patrimônio Cultural e Sociedade