PARENTESCO SOCIOAFETIVO, ADOÇÃO FORMAL E MULTIPARENTALIDADE: reflexões a Partir do Conceito de Direito Vivo

Autores

  • Adriane de Oliveira Ningeliski Centro Universitário do Brasil - Unibrasil e Universidade do Contestado - UnC
  • Marcos Augusto Maliska UniBrasil

Resumo

A presente pesquisa assenta suas bases na discussão aberta na decisão em sede de Repercussão Geral n. 898060 que trouxe a possibilidade de registro concomitante do pai biológico e do pai socioafetivo no assento civil de filha reconhecida após a maioridade civil. Entretanto, no plenário foi travado um embate entre os ministros Edson Luiz Fachin e Teori Zavascki com os demais ministros.No entanto, a maioria venceu e houve o reconhecimento da multiparentalidade no caso em comento, apesar de suas possíveis implicações futuras, como embates com legislações infraconstitucionais como a lei 8069/90, no âmbito da adoção. Dessarte, a partir de estudos advindos da sociologia do Direito, o presente trabalho faz uma conexão deste embate jurisprudencial (abertura constitucional) com a doutrina de Eugen Ehrlich (Direito Vivo) a partir de uma metodologia dialética, a fim de refletir acerca das questões que se apresentaram na doutrina a partir da discussão enfrentada no julgado paradigmático.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriane de Oliveira Ningeliski, Centro Universitário do Brasil - Unibrasil e Universidade do Contestado - UnC

Doutoranda e Mestre em Direitos Fundamentais e Democracia Centro Universitário - Unibrasil, pós-graduada a título de especialização em Direito Civil e Processual Civil. Professora do Curso de Direito das Universidade do Contestado – Campus Canoinhas/SC e Campus Mafra/SC, servidora pública do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mafra/SC. Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4892113198835895. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4864-3326

Marcos Augusto Maliska, UniBrasil

Doutor em Direito. Professor do Programa de Pós-Graduação em Direitos Fundamentais e Democracia – Mestrado e Doutorado, do UniBrasil, em Curitiba. Procurador Federal. Curitiba/PR.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2555397371714650. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3470-9304.

Referências

AGUIRRE, Joao. Reflexões sobre a multiparentalidade ea repercussão geral 622 do STF. Revista Electrónica Direito e Sociedade-REDES, v. 5, n. 1, p. 1, 2017. Disponível em: https://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:WLH15RzR390J:scholar.google.com/+REFLEXO%CC%83ES+SOBRE+A+MULTIPARENTALIDADE+E+A+REPERCUSSA%CC%83O+GERAL+622+DO+STF&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 05 jan. 2020.

ARAUJO, Maria de Fátima. Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações.Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 22, n. 2, p. 70-77, June 2002 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000200009&lng=en&nrm=iso. Acesso em : 27 fev. 2020. https://doi.org/10.1590/S1414-98932002000200009.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2019] Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 05 jan. 2020.

BRASIL. Lei Nº 11.924, de 17 de Abril de 2009. Dispõe sobre a alteração do art. 57 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, para autorizar o enteado ou a enteada a adotar o nome da família do padrasto ou da madrasta. Brasília: Presidência da República, [2009]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11924.htm. Acesso em: 10 jan. 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 898.060/SC. O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 622 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário, vencidos, em parte, os Ministros Edson Fachin e Teori Zavascki. Recorrente:A. N. Recorrido:F. G. Relator: Ministro Luiz Fux, 22 de setembro de 2016. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RE898060.pdf. Acesso em: 05 jan. 2020.

CALDERÓN, Ricardo Lucas. MULTIPARENTALIDADE: A SOCIOAFETIVIDADE NOS LAÇOS DE FILIAÇÃO. Revista Jurídica da Escola Superior de Advocacia da OAB-PR. Ano 3. N. 2 – Ago. 2018. Disponível em: https://revistajuridica.esa.oabpr.org.br/wp-content/uploads/2018/09/revista_esa_7_06.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020.

CASSETARI, Christiano. Multiparentalidade e Parentalidade Socioafetiva: Efeitos Jurídicos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

CATUSSO, Joseane. PLURALISMO JURÍDICO: Um Novo Paradigma para se Pensar o Fenômeno Jurídico. Revista Eletrônica do CEJUR, [S.l.], dez. 2007. ISSN 1981-8386. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cejur/article/view/16749/11136. Acesso em: 28 fev. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.5380/cejur.v1i2.16749.

CHEMANA, Roland. Dicionário de Psicanálise. Tradução Francisco Franke Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.

COSECHEN, Daniele Michalowski; MALISKA, Marcos Augusto. O direito vivo das famílias contemporâneas na perspectiva de Eugen Ehrlich. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, n. 35, vol. esp., p. 231-245, dez. 2016. . Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/revfacdir/article/view/70080. Acesso em: 05 jan. 2020.

ENDRES, Melina G. Multiparentalidade: uma análise para além da possibilidade jurídica. Direito & Justiça, Porto Alegre, v. 42, n. 02, p.234-254, jul./dez. 2016. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fadir/article/view/32772. Acesso em: 15 jan. 2020.

EHRLICH, Eugen. Fundamentos da Sociologia do Direito. Trad. René Ernani Gertz. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1986.

FRANCO, Karina Barbosa; EHRHARDT JÚNIOR, Marcos. Reconhecimento extraju- dicial da filiação socioafetiva e multiparentalidade: comentários ao Provimento no 63, de 14.11.17, do CNJ. Revista Brasileira de Direito Civil – RBDCivil, Belo Horizonte, v. 17, p. 223-237, jul./set. 2018. . Disponível em: https://rbdcivil.ibdcivil.org.br/rbdc/article/view/279. Acesso em: 05 jan. 2020.

GHILARDI, Dóris. Família Líquida e sua reinvenção sob o molde do afeto: encontros e desencontros. Revista Direitos Culturais, [S.l.], v. 12, n. 26, p. 135-156, abr. 2017. ISSN 2177-1499. Disponível em: http://srvapp2s.urisan.tche.br/seer/index.php/direitosculturais/article/view/2202/984. Acesso em: 25 Fev. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.20912/rdc.v12i26.2202.

JUNIOR, Flávio Bortolozzi. Pluralismo jurídico e o paradigma do direito moderno: breves apontamentos. Cadernos da Escola de Direito, v. 1, n. 12, 2010. Disponível em: http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:XEOOF5AuadUJ:scholar.google.com/+BORTOLOZZI+JUNIOR,+Fla%CC%81vio.+Pluralismo+Juri%CC%81dico+e+o+Paradigma+do+Direito+Moderno&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em 05 jan. 2020

KONZEN, Lucas P.; BORDINI, Henrique S.. Sociologia do Direito contra Dogmática: Revisitando o Debate Ehrlich-Kelsen / Sociology of Law against Legal Dogmatics: Revisiting the Ehrlich-Kelsen Debate. Revista Direito e Práxis, [S.l.], v. 10, n. 1, p. 303-334, mar. 2019. ISSN 2179-8966. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/article/view/35106. Acesso em: 10 jan. 2020.

LOBO, Paulo Luiz Netto. Direito ao estado de filiação e direito à origem genética: uma distinção necessária. Revista CEJ, v. 8, n. 27, p. 47-56, 2004. Disponível em: http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/ article/view/633/813. Acesso em: 05 jan. 2020.

LÔBO, Paulo Luiz Netto. Entidades familiares constitucionalizadas: para além do numerus clausus. Revista brasileira de Direito de Família, v. 12, p. 40-55, 2002. Disponível em: https://ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/193.pdf. Acesso: 20 nov. 2020.

LÔBO, Paulo. Socioafetividade: o estado da arte no Direito de família brasileiro. Revista Jurídica Luso Brasileira, n. 1, p. 1.743-1.759, 2015. Disponível em: http://www.cidp.pt/revistas/rjlb/2015/1/2015_01_1743_1759.pdf. Acesso em: 15 jan. 2020.

MALISKA, Marcos Augusto. Educação Universitária, igualdade e diferença: análise de uma medida de inclusão social. In: Vladmir Oliveira da Silveira; Samyra Haydêe Dal Farra Naspolini Sanches; Mônica Bonetti Couto. (Org.). Educação Jurídica. São Paulo: Saraiva, 2013, v. 1, p. 343-356.

MALISKA, Marcos Augusto. Fundamentos da Constituição. Abertura. Cooperação. Integração. Curitiba: Juruá, 2013.

MALISKA, Marcos Augusto. Introdução à sociologia do direito de Eugen Ehrlich. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2015.

MALISKA, Marcos Augusto. Pluralismo Jurídico e Direito Moderno. Notas para pensar a racionalidade jurídica na modernidade. 2 reimpressão. Curitiba: Juruá, 2009.

MALISKA, Marcos A. On the Importance of Eugen Ehrlich's Theory of Law for Constitutional Law. Ehrlich's Journal, 2. 43-47. 2018. Disponível em: http://ehrlichsjournal.chnu.edu.ua/index.php?journal=ehrlichsjournal&page=article&op=view&path%5B0%5D=25. Acesso em: 30 nov. 2020.

PEREIRA, Jacqueline Lopes; RUZYK, Carlos Eduardo Pianovski; DE OLIVEIRA, Ligia Ziggiotti. A multiparentalidade e seus efeitos segundo três princípios fundamentais do Direito de Família. REVISTA QUAESTIO IURIS, v. 11, n. 2, p. 1268-1286, 2018. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/28886. Acesso em: 10 jan. 2020.

PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de Direito de Família e Sucessões. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

RODRIGUES, Renata de Lima. Multiparentalidade e a nova decisão do STF sobre a prevalência da verdade socioafetiva sobre a verdade biológica na filiação. Disponível em: https://www.ibijus.com. Acesso em: 30 nov. 2020.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ. STF, Informativo no 78 - Supremo Tribunal Federal decide pela possibilidade de coexistência da paternidade socioafetiva e biológica, com todas as consequências patrimoniais e extrapatrimonais inerentes a ambos os vínculos. Disponível em: http://www.civel.mppr.mp.br/arquivos/File/Informativo_78_Decisao_STF_responsabilidade_socioafetiva_e_biologica.pdf. Acesso em: 30 nov. 2020.

SÃO PAULO. Tribunal de Justiça de São Paulo. Apelação Cível no 64222620118260286. 1a Câm. Dir. Privado, Rel. Des. Alcides Leopoldo e Silva Júnior, julgamento em 14/08/2012). Apelantes: Vivian Medina Guardia e Augusto Bazanelli. Apelado: Juízo da Comarca de Itu, 2 Vara Cível. Disponível em: https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/resultadoCompleta.do. Acesso em 21 nov. 2020.

VIEIRA, Reginaldo Souza. Pluralismo Jurídico Clássico: A Contribuição de Ehrlich, Santi Romano e Gurvitch/Classic Legal Pluralism: The Contribution of Ehrlich, Gurvitch, and Santi Romano. Revista Direito, Estado e Sociedade, n. 47, 2015.Disponível em: https://revistades.jur.puc-rio.br/index.php/revistades/article/view/601. Acesso em: 20 jan. 2020.

VILLELA, João Baptista. DESBIOLOGIZAÇÃO DA PATERNIDADE. REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG, [S.l.], n. 21, p. 400-418, fev. 2014 / 1979. ISSN 1984-1841. Disponível em: https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/view/1156/1089. Acesso em: 27 fev. 2020.

WELTER, Belmiro Pedro. Teoria tridimensional do direito de família. Porto Alegre: Livraria. do Advogado, 2009.

Downloads

Publicado

2021-04-21

Como Citar

Ningeliski, A. de O., & Maliska, M. A. (2021). PARENTESCO SOCIOAFETIVO, ADOÇÃO FORMAL E MULTIPARENTALIDADE: reflexões a Partir do Conceito de Direito Vivo. Revista Húmus, 11(31). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/15749