O resgate do estudo das sanções pela Filosofia do Direito

Autores

Resumo

Embora as sanções estejam bastante presentes nas experiências jurídicas ao redor do mundo, durante muito tempo o tema foi negligenciado pelos teóricos analíticos do direito. O motivo é o entendimento corrente de que a sanção não é um elemento necessário para a normatividade jurídica, e que, portanto, não é objeto da jusfilosofia. O direito, no entanto, é melhor explicado não apenas pelo estudo das características necessárias e suficientes, mas pela observação de seus aspectos considerados importantes. Se o trabalho do jusfilósofo é conceituar ou descrever o fenômeno jurídico, ou fornecer material normativo para aqueles que vivem a experiência jurídica, ele deve compreender essas características que se mantém presentes em vários ordenamentos. Seguindo essa linha de pensamento, esse estudo sugere uma abordagem interdisciplinar às sanções, bem como ao direito. A filosofia do direito deve ser mais modesta e deixar de lado as discussões essencialistas, ao mesmo tempo que incorpora uma metodologia naturalista, que leve em consideração o material produzido por outras disciplinas acerca do direito. O filósofo do direito deveria fazer um esforço para integrar as diferentes informações para fornecer explicações mais adequadas do fenômeno jurídico e para construir teorias normativas mais factíveis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Henrique Veiga Chrismann, Centro Universitário Ibmec (IBMEC-RJ)

Doutor pelo programa de Teoria do Estado e Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com foco em Filosofia do Direito. Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Visiting Scholar pelo período de Janeiro a Maio de 2015 no Departamento de Filosofia da Brown University. Professor no IBMEC-RJ.

Referências

ALEXANDER, J. Experimental Philosophy – An Introduction. Cambridge: Polity Press, 2012.

AUSTIN, J. The Province of Jurisprudence Determined. Nova York: Prometheus, 2000 [1832].

BIX, B. “Legal Positivism and Explaining Normativity and Authority”. American Philosophical Association Newsletter, vol. 5, 2006.

DICKSON, J. Evaluation in Legal Theory. Oxford e Portland: Hart Publishing, 2001.

GREEN, L. “Introduction to the Third Edition of The Concept of Law” Concept of Law. Oxford: Oxford University Press, 2012.

HART, H. L. A. O Conceito de Direito. 4ª Edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005 [1961].

HOLMES, Oliver Wendell. “The Path of the Law”, Harvard Law Review, vol. 10, pp. 457-458, 1897.

KING’S COLLEGE LONDON. World Prison Population List. Londres, 2009.

KNOBE, J. “What Is Experimental Philosophy?” The Philosophers’ Magazine, Edição nº 50, 3º trimestre de 2010.

__________.“Answer to Five Questions”. Aguilar, J. e Buckareff, A. (eds.) Philosophy of Action: 5 Questions. London: Automatic Press, 2009.

LEITER, B. “The Demarcation Problem in Jurispruence: A New Case for Scepticism”. Oxford Journal of Legal Studies, Vol. 31, No. 4, pp. 663-677, 2011a.

__________. “Naturalized Jurisprudence and American Legal Realism Revisited” Law and Philosophy, University of Chicago, Public Law Working Paper No. 352, 2011b. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=1847829

__________. “Naturalizing Jurisprudence: Three Approaches” J. Shook & P. Kurtz (eds.) The Future of Naturalism, Amherst: Prometheus Books, Amherst, 2009; University of Chicago, Public Law Working Paper No. 246. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=1288643

__________. “Rethinking Legal Realism: Toward a Naturalized Jurisprudence”. Texas Law Review, Volume 76, Issue 2, pp. 267-315, 1997.

LEITER, B., LANGLINAIS, A. “The Methodology of Legal Philosophy”. H. Cappelen, T. Gendler, & J. Hawthorne (eds.), Oxford Handbook of Philosophical Methodology, no prelo; U of Chicago, Public Law Working Paper No. 407, 2012. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=2167498

MACHERY, E., MALLON, R., NICHOLS, S., & STICH, S. “Semantics, Cross-Cultural Style”. Cognition, 92, B1-B12, 2004.

MARMOR, A. Philosophy of Law. Nova Jersey: Princeton University Press, 2011.

NADELHOFFER, T. e NAHMIAS, E. “The Past and Future of Experimental Philosophy”. Philosophical Explorations, vol. 10, no. 2, 2007.

PRIEL, D. “Jurisprudence and Psychology”. New Waves in Philosophy of Law, no prelo; Osgoode CLPE Research Paper No. 49, 2010. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=1715647 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1715647.

ROBINSON, E. S. Law and the Lawyers. Nova York: Macmillan, 1935.

RUMBLE, W. Doing Austin Justice – The Reception of John Austin’s Philosophy of Law in Nineteenth-Century England. Londres: Continuum, 2005.

SCHAUER, F. “On the Nature of the Nature of Law”. Archiv fur Rechts- und Sozialphilosophie, no prelo, s.d..

__________. “Hart’s Anti-Essentialism”. A. Dolcetti, L. Duarte d’Almeida, & J. Edwards (eds.) Reading H.L.A. Hart’s “The Concept of Law”. Oxford: Hart Publishing, no prelo, 2013.

__________. “Was Austin Right After All? On the Role of Sanctions in a Theory of Law”. Ratio Juris Volume 23, Issue 1, pp. 1-21, 2010a.

__________. “When and How (If at All) Does Law Constrain Official Action”. Georgia Law Review, vol. 44, pp. 769-801, 2010b.

SHAPIRO, Scott J. Legality. Cambridge: Harvard University Press, 2011.

SINNOTT-ARMSTRONG, W. “A Perspectival Theory of Law”. T. Campbell e J. Goldsworthy (eds.) Judicial Power, Democracy and Legal Positivism. Londres: Ashgate, 2000.

STRUCHINER, N. Para falar de regras – O positivismo conceitual como cenário para uma investigação filosófica acerca dos casos difíceis do Direito. 2005. Tese de Doutorado disponível em: http://ged1.capes.gov.br/CapesProcessos/919300-ARQ/919300 5.PDF.

TAMANAHA, B. A General Jurisprudence of Law and Society. Oxford: Oxford University Press, 2001.

TWINING, W. General Jurisprudence: Understanding Law for a Global Perspective. Nova York: Cambridge University Press, 2009.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

Downloads

Publicado

2019-12-09

Como Citar

Chrismann, P. H. V. (2019). O resgate do estudo das sanções pela Filosofia do Direito. Revista Húmus, 9(27). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/12020