NATUREZA NO COSMOSENTIR BANTU E A QUESTÃO AMBIENTAL

Autores

  • Paula Regina de Oliveira Cordeiro Universidade do Estado da Bahia

Resumo

NATURE IN COSMOSENTIR BANTU AND THE ENVIRONMENTAL ISSUE

 

LA NATURALEZA EN COSMOSENTIR BANTU Y EL PROBLEMA AMBIENTAL

Resumo

A presença Bantu no Brasil contemporâneo é algo inegável e junto à presença das pessoas vem também suas experiências, fruto de mais de 3,500 anos no continente Africano. Destaque nesse artigo é a relação estabelecida pelos Bantu com a natureza. Essa não é vista como algo separado, como quer nos fazer crer o pensamento ocidental, mas como integrante à vida e suas dinâmicas. A natureza enquanto sagrada nos permite também compreender os conflitos ambientais e territoriais que estão em curso nas comunidades de origem Africana no Brasil contemporâneo. A partir da afrocentricidade acreditamos que esse artigo é um passo para compreender o cosmosentir Bantu no que se refere à sua relação com a natureza.

Palavras-chave: Natureza, Bantu, África

 

Abstract

The Bantu presence in contemporary Brazil is undeniable and along with the presence of the people comes their experiences, the fruit of more than 3,500 years on the African continent. Highlighted in this article is the relationship established by the Bantu with nature. This is not seen as something separate, as Western thought makes us believe, but as part of life and its dynamics. Nature as sacred also allows us to understand the environmental and territorial conflicts that are taking place in communities of African origin in contemporary Brazil. Based on Afrocentricity, we believe that this article is a step towards understanding the cosmosentir Bantu with regard to its relationship with nature.

Keywords: Nature, Bantu, Africa

 

Resumen

La presencia bantú en el Brasil contemporáneo es innegable y junto a la presencia del pueblo vienen sus vivencias, fruto de más de 3.500 años en el continente africano. Destaca en este artículo la relación que establecen los bantúes con la naturaleza. Esto no se ve como algo separado, como nos hace creer el pensamiento occidental, sino como parte de la vida y su dinámica. La naturaleza como sagrada también nos permite comprender los conflictos ambientales y territoriales que se están produciendo en las comunidades de origen africano en el Brasil contemporáneo. Con base en el afrocentrismo, creemos que este artículo es un paso hacia la comprensión del cosmosentir bantú en lo que respecta a su relación con la naturaleza.

Palabras clave: naturaleza, bantú, África

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Regina de Oliveira Cordeiro, Universidade do Estado da Bahia

Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFBA). Professora Substituta no Departamento de Geografia da Universidade do Estado da Bahia. Membra dos Grupos Costeiros (UFBA), NEA (UFRB), NEG (UNEB). 

NATUREZA NO COSMOSENTIR BANTU E A QUESTÃO AMBIENTAL

Referências

ALIER, Joan Martínez. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. Trad. Mauricio Waldman. São Paulo: Contexto, 2007.

ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. A geografia do Brasil Africano, o Congo e a Bélgica, uma aproximação. Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território, v.1, n.3, p. 1-25, 2010.

ASANTE, Molefi Kete. Afroncentricidade: Notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: 2009.

CORDEIRO, Paula Regina de Oliveira. Essa terra é para filh@s e net@s não vende e não pode trocar: a disputa entre o território tradicional quilombola-pesqueiro de Rio dos Macacos e o território militarizado da Marinha do Brasil. Dissertação (Mestrado -Geografia). Universidade Federal da Bahia, POSGEO, UFBA, 2019.

Courtney-Clarke, Margaret. Ndebele: The art of an African tribe. New York: Rizzoli, 1986.

Courtney-Clarke, Margaret.African Canvas: The art of west african women. New York: Rizzoli, 1990.

DIEGUES, Antonio Carlos Sant'Ana. O mito moderno da natureza intocada. 3. ed. São Paulo, SP: HUCITEC, 2001.

DIOP, Cheikh Anta. A Unidade Cultural da África Negra. Esferas do Patriarcado e do Matriarcado na Antiguidade Clássica. Luana: Edições Mulemba; Portugal: Edições

Pedago. 2014.

DOMINGOS, Luis Tomas. A visão Africana em Relação à Natureza. ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES – ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011.

KARENGA, Maulana. A função e o futuro dos estudos africana: Reflexões críticas sobre sua missão, seu significado e sua metodologia. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: 2009.

LOPES, Nei. Bantos, índios, ancestralidade e meio ambiente. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Guerreiras de natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008.

LUZ, Marco Aurelio. Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira. 3.ed. Salvador, BA: EDUFBA, 2013. (NOGUEIRA JR, 2009, p.83)

MAZAMA, Ama. A afrocentricidade como um novo paradigma. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: 2009.

OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. Visualizing the Body: Western Theories and African Subjects in: COETZEE, Peter H.; ROUX, Abraham P.J. (eds). The African Philosophy Reader. New York: Routledge, 2002, p. 391-415. Tradução para uso didático de Wanderson Flor do Nascimento.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2013.

RAMOSE, M; Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana. Tradução: Dirce Eleonora Nigro Solis, Rafael Medina Lopes e Roberta Ribeiro Cassiano. In: Ensaios Filosóficos, Volume IV, out. de 2011

SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, Quilombos: Modos e significações. 2ª. ed. rev. Brasília: Ayô, 2019.

SILVA, Catia Antonia da. Política pública e território: passado e presente da efetivação de direitos dos pescadores artesanais no Brasil. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro, RJ: Vozes, 1988.

SOMÉ, Sobonfu. O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. São Paulo: Odysseus, 2003.

SOUZA, Marcelo Lopes. Ambientes e territórios: uma introdução à ecologia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.

Downloads

Publicado

2021-07-23

Como Citar

Cordeiro, P. R. de O. (2021). NATUREZA NO COSMOSENTIR BANTU E A QUESTÃO AMBIENTAL. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 4(10). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/17406