POR UM CONCEITO RESSEMANTIZADOR DA IDENTIDADE QUILOMBOLA: reflexão interdisciplinar sobre os quilombos de Pinheiro, Maranhão

Autores

Resumo

Este artigo tem por objetivo desenvolver algumas considerações sobre a ressemantização do conceito de quilombo em oposição a um conceito estático de cultura. O município de Pinheiro, Estado do Maranhão, e seus quilombos com suas características heterogênicas e etnogênicas constituem o impulso dessa reflexão. Ao discutir o panorama histórico de uma narrativa e semântica dominante, entretecemos os conceitos de Outro, Rosto, Desejo e Ética da Alteridade de Lévinas com a problemática da etnogênese e da cultura: primeiro, da compreensão de que cultura não é sinônimo de visão estática de mundo, e segundo, da prática de relação em desinteresse de Lévinas como primeira filosofia. Propomos, assim, uma reflexão interdisciplinar necessária para a compreensão do fenômeno da identidade observados em pesquisas de campo pelas comunidades quilombolas de Pinheiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Evileno Ferreira

Licenciado em História – UFMA.

Referências

ABREU, Josias. Coisas de Antanho. Josias Abreu: org. por: José Jorge Leite Soares. São Luís, Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências, 2006.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Os Quilombos e as Novas Etnias. In: O’DWYER, Eliane Cantarino (org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.

____________. Terras de Preto, terras de santo, terras de índio - uso comum e conflito. Cadernos NAEA. Belém, n. 7, p. 163 - 196, 1989.

ARAÚJO, Maria Raimunda. Notícias sobre os quilombos no Maranhão. In: MOURA, Clóvis (Org.). Os quilombos na dinâmica social do Brasil. Maceió: EDUFAL, 2001, p. 139 - 156.

AROSTÉGUI. Júlio. A pesquisa histórica: teoria e método. Tradução: Andrea Dori. Bauru, SP: Edusc, 2006.

ARRUTI, José Maurício. Mocambo: antropologia e história do processo de formação quilombola. Bauru, SP: Edusc, 2006 (Coleção Ciências Sociais).

ARRUTI, José Maurício. A Emergência dos “Remanescentes”: Notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Mana 3(2), 1997, p. 7 - 38.

ASSUNÇÃO, Mathias Röhrig. Quilombos Maranhenses In: GOMES, Flávio dos Santos. REIS, João José Reis. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 433 - 466.

BARTH, Fredrik. “Os Grupos Étnicos e suas Fronteiras”. In: _______. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: contracapa, 2000, p. 25 - 68.

BAUMAN, Zygmunt, 1995. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi/Zygmunt Bauman; tradução, Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005.

BOBBIO, Norberto et al. Dicionário de política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; Linha Gráfica Editora, 1991.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade. São Paulo: Brasiliense: EDUSP, 1986.

CANDAU, Jöel. Bases antropológicas e expressões mundanas da busca patrimonial: memória, tradição e identidade. Revista Memória em Rede, Pelotas, v. 1, n. 1, dez. 2009/mar. 2010. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/237408645_Bases_antropologicas_e_expressoes_mundanas_da_busca_patrimonial_Memoria_tradicao_e_identidade> Acesso em: 24 abr. 2019.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude / Roger Chartier. Tradução de Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS,

COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva; Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo; Catecismo positivista. Trad. José Arthur Giannotti e Miguel Lemos. Col. Os Pensadores. 5. ed. São Paulo: Nova cultural, 1991.

COSTA, Juliano Xavier da Silva; CAETANO, Renato Fernandes. A Concepção de Alteridade em Lévinas: caminhos para uma formação mais humana no Mundo Contemporâneo. Revista Eletrônica Igarapé; Nº 03, Mai. 2014 - ISSN 2238-7587. Disponível em: http://www.periodicos.unir.br/index.php/igarape. Acessado em: 20 jan. 2018.

GADELHA, Regina Maria d’Aquino Fonseca. A Lei de Terras (1985) e a abolição da escravidão: capitalismo e força de trabalho no Brasil do século XIX. Revista História, São Paulo. p. 153-162, jan/jul. 1989. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18599/20662> Acesso em: 10 Abr. 2018.

GRAMSCI, A. Concepção Dialética da História, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.

HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro – 10° ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

HAESBAERT, Rogério Costa. O mito da desterritorialização. Do 'fim dos territórios' à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

LÉVINAS, Emannuel. Humanismo do Outro Homem. 4.ed. – Petropólis, RJ: Vozes, 2012.

MARANHÃO, Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (SEPLAN); Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC). Regiões de Desenvolvimento: proposta de regionalização do Maranhão. São Luís: IMESC/SEPLAN, 2015a.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Porto Alegre: L&PM, 2001.

MELLO, Marcelo Moura. Caminhos criativos da história: territórios da memória em uma comunidade negra rural / Marcelo Moura Mello. 2008. 293 f. Dissertação (Antropologia Social) - Campinas, SP: [s.n.], 2008. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/281912> acesso em: 30 Jun. 2018.

MOURA, Clóvis. História do negro brasileiro. Ed. Ática, 1989.

MOTT. Luiz “A revolução dos negros do Haiti e o Brasil”. História: Questões e Debates, Curitiba, 3(4) junho de 1982, p. 55 - 63.

MUNANGA, Kabengele. Algumas considerações sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, São Paulo, n.68, p. 46-57, dezembro/fevereiro 2005-2006. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revusp/article/viewFile/13482/15300>Acesso em: 20 Jun. 2018.

RAEDERS, Georges. O Inimigo Cordial do Brasil: O Conde de Gobineau no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

RITTER, Carlos. Reflexões epistemológicas sobre os “territórios de identidade”. Revista Geografar. Curitiba, v.6, n.1, p.95-109, jun./2011. Disponível em:<https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/21805> Acesso em: 30 Jul. 2018.

ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é Etnocentrismo. 5° Ed. – Brasília: ed. Brasiliense, 1988.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente / Edward W. Said; tradução Tomás Rosa Bueno. – São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

TELLES, Edward. Racismo à brasileira: uma nova perspectiva sociológica, Rio de Janeiro, Relume Dumará-Fundação Ford, 2003.

THOMPSON. E.P. Costumes em Comum / E.P. Thompson; revisão técnica Antônio Negro, Cristina Meneguello. Paulo Fontes. São Paulo: Companhias das Letras, 1998.

WEBER, Max. 1991. “Relações Comunitárias e Étnicas”. In: Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia Compreensiva. Brasília: Editora da UnB.

VIVEIROS, Jerônimo de. Quadros da vida Pinheirense; Organização de José Jorge Leite Soares. São Luís: Instituto Geia, 2007.

VOLKMER. Sérgio A. J. A inscrição do sentido ético na cultura, em Lévinas. Kínesis, Vol. I. n° 02, Outubro-2009, p. 264 - 276 Disponível em <http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/Artigo18.S.Volkmer.pdf>. Acesso em: 20 abr 2019.

Downloads

Publicado

2020-07-28

Como Citar

Santos, A. F. M. dos, & Ferreira, E. (2020). POR UM CONCEITO RESSEMANTIZADOR DA IDENTIDADE QUILOMBOLA: reflexão interdisciplinar sobre os quilombos de Pinheiro, Maranhão. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 3(5). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/11257

Edição

Seção

Artigos