VIKTOR FRANKL E O HUMANISMO

Autores

Palavras-chave:

Humanismo. Sentido, Psicologia. Liberdade. Responsabilidade.

Resumo

Neste artigo examinamos as bases antropológicas do humanismo que o psiquiatra Viktor Frankl desenvolveu e inseriu na raiz de sua psicologia. Mostramos que a noção de sentido vem das filosofias da existência, procedendo-se a um ajuste que consistiu no reconhecimento que o sentido existe em cada homem, precisando ser descoberto, e não que se tratava de algo que, por inexistir no homem, precisasse ser criado. Essa aproximação com as filosofias da existência permitiu a compreensão de angústia de forma distinta da psicanálise. Procuramos indicar que os sentidos identificados pelo psiquiatra no dia a dia apontavam para um sentido último ou super-sentido, que agrega todos os sentidos buscados ao longo da vida. Enumeramos ainda o que parecem ser os aspectos delineadores do humanismo de Frankl: o reconhecimento da capacidade humana de autotranscender, de perceber-se totalidade singular, de descobrir o sentido em si: agindo voluntariamente e responsavelmente, amando e ressignificando o sofrimento.

Palavras-chave: Humanismo. Sentido. Psicologia. Liberdade. Responsabilidade.

VIKTOR FRANKL AND HUMANISM

Abstract

This article examines the anthropological foundations of humanism developed by the psychiatrist Viktor Frankl, and these are at the root of his psychology. The notion of meaning comes from the philosophies of existence, proceeding to an adjustment consisted in recognizing that significance exists in each man and needs to discovers contrary to the belief that purpose was something created as it did not exist in man. To the philosophies of existence, this approach allowed the understanding of distress differently from psychoanalysis. We tried to indicate that the senses identified by the psychiatrist daily pointed to an ultimate or super sense that aggregates all the insights sought throughout life. We also list what seems to be the outlining aspects of Frankl's humanism: the recognition of the human capacity to self-transcend, the selfperception of singular totality, the discovery of meaning in itself: acting voluntarily and responsibly, loving and redefining suffering.

Keywords: Humanism. Sense. Psychology. Freedom. Responsibility.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Mauricio de Carvalho

É professor titular aposentado da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Professor do Centro Universitário Presidente Tancredo Neves UNIPTAN/FAPEMIG, membro do Instituto de Filosofia Brasileira, do Instituto de Filosofia Luso-brasileira com sede em Lisboa, da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Mantiqueira de Estudos Filosóficos.

Ana Clara Silva

Estudante de psicologia no Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves. Bolsista PIBIC/UNIPTAN /FAPEMIG.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2. ed., São Paulo: Mestre Jou, 1982. 976 p.

BUBER, Martin. Eclipse de Deus. Campinas: Verus, 2007. 153 p.

CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. Lisboa: Livros do Brasil, s.d., 256 p.

CARVALHO, José Mauricio de.Introdução à filosofia da razão vital de Ortega y Gasset. Londrina: Cefil, 2002. 499 p.

______.Filosofia Clínica e Humanismo. São Paulo: Ideias e Letras, 2012. 183 p.

______.O Homem e a Filosofia. 3. ed., Porto Alegre: MKS, 2018. 343 p.

______. Viktor Frankl e a psiquiatria. Porto Alegre: MKS, 2019. 343 p.

FABRY, Joseph B. A busca de significado. São Paulo: ECE, 1984. 216 p.

______. O sofrimento de uma vida sem sentido. São Paulo: É realizações, 2015. 125 p.

______. Psicoterapia e sentido da vida. 6. ed., São Paulo: Quadrante, 2016. 423 p.

______. Em busca de sentido. 44ª ed., S. Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2017. 184 p.

FRANKL, Viktor Emil.A questão do sentido em psicoterapia. Campinas: Papirus, 1990. 157 p.

______. O que não está escrito nos meus livros. São Paulo: É Realizações, 2010. 158 p.

______. A vontade de sentido. São Paulo: Editora Paulus, 2011. 239 p.

FREUD, Sigmund. O homem Moisés e a religião monoteísta. Porto Alegre: L£P Editores, 2014. 190 p.

GARAUDY, Roger. Perspectivas do homem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. 355 p.

GOMES, José Carlos Vitor. Logoterapia. São Paulo: Loyola, 1992. 80 p.

HALL, C. S. e LINDZEY, G. Teorias da personalidade. São Paulo: EPU, 1973. 630 p.

HEIDEGGER, Martin. El ser y el tiempo. 2. ed., México: Fondo de Cultura Económica, 1962. 479 p.

HEINEMANN, Fritz. A filosofia no século XX. 2. ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. 574 p.

LUCCHETTI, G; GRANERO, A. L., BASSI, R. M.; LATORRACA, R; NACIF, S. A. P.; Espiritualidade na prática clínica: o que o clínico deve saber. p. 154-158. Revista Brasileira de Clínica Médica, 8 (2), 2010.

MIRANDOLA, Pico della. A dignidade do homem. São Paulo: GDR, 1988. 43 p.

ORTEGA Y GASSET, José. La Rebelión de las masas. Obras Completas. V. IV, 2. Reimpresión, p. 113- 312. Madrid: Alianza, 1994.

PETER, Ricardo. Viktor Frankl: a antropologia como terapia. São Paulo: Paulus, 1999. 120 p.

Downloads

Publicado

2019-11-20

Como Citar

CARVALHO, J. M. de; SILVA, A. C. VIKTOR FRANKL E O HUMANISMO. Revista Humanidades & Educação, Imperatriz(MA), p. 74–87, 2019. Disponível em: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/humanidadeseeducacao/article/view/12815. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos