FULNI-Ô: história e educação de um povo bilingue em Pernambuco

Autores

  • Lídia Márcia Lima de Cerqueira Silveira Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
  • Luciana Rosa Marques Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
  • Edson Hely Silva Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Palavras-chave:

Povo fulni-ô, Língua materna Yaathe, Toré, Ouricuri, Educação escolar indígena.

Resumo

O povo Fulni-ô residente na cidade de Águas Belas-PE, mesmo após séculos de contato com a sociedade não-indígena ainda conseguiu preservar seus valores socioculturais: toré, cafurnas, bilingüismo por meio da prática da língua materna Yaathe e o ritual sagrado e secreto do Ouricuri. Para analisarmos e compreendermos sua Educação Escolar necessitamos conhecer as especificidades de sua organização social, política e econômica, seu cotidiano, sem mistificar a visão sobre o indígena. O povo Fulni-ô foi o único povo no Nordeste, excetuando-se o Maranhão, que conseguiu preservar a sua língua materna, apesar de todo esforço em contrário, demandado pela sociedade não-indígena. Trataremos sobre a sua história, as relações interétnicas, sua organização sociopolítica, o bilinguismo enquanto força desse povo, o tore, que para os seus membros representa muito mais que uma dança, o Ouricuri, local onde se nasce etnicamente Fulni-ô e, por conseguinte, de que forma se organiza a sua Educação Escolar e qual o sentido dado à escola pelos Fulni-ô.
Palavras-chave: Povo fulni-ô. Língua materna Yaathe. Toré. Ouricuri. Educação escolar indígena.


FULNI-Ô: history and education of a bilingual people in Pernambuco State

Abstract: The Fulni-ô people resident in the city of Águas Belas-PE, even after centuries of contact with non-indigenous society still preserving their social and cultural values: toré, cafurnas, bilingualism through the practice of the Yaathe language and ritual sacred and secret Ouricuri. To analyze and understand their school education it is necessary to know the specifications of their social, political and economic organization and their daily lives without mystifying the vision of indigenous peoples. The Fulni-ô people were the only people in the Northeast, with the exception of Maranhão, which have preserved their mother tongue, despite of all contrary efforts, demanded by non-indigenous society. Their history, interethnic's relations, their socio-political organization, bilingualism as those people' strength, the toré that for their members represent more than a dance, Ouricuri, place where the ethnically Fulni-ô are born, and therefore how their school education is organized and what is the meaning given to school by the Fulni-ô people are discussed in this paper.
Keywords: Fulni-ô people. Mother tongue yaathe. Toré. Ouricuri. Indigenous education.


FULNI-Ô: historia y educación de un pueblo bilingue en Pernambuco

Resumen: El pueblo Fulni-ô residentes en la ciudad de Águas Belas-PE, se las arregló para preservar sus valores sociales y culturales apesar de siglos de contacto con la sociedad no indígena: Tore, cafurnas, el bilingüismo a través de la prática de la lengua materna Yaathe y el ritual sagrado y secreto Ouricuri. Para analizar e comprender su Educación Escolar se necesita conocer los detalles de su condición social, políticas y econômicas, y su vida cotidiana, sin mistificar la visión de los pueblos indígenas. El pueblo Fulni-ô fue el único pueblo em el Noreste, com la excepción de Maranhão, que ha sabido conservar su lengua materna, a pesar de todos los esfuerzos em contrario que exige la sociedad no indígena. Vamos a tratar acerca de su historia, relaciones iterétnicas, su organización sócio-política, el bilingüismo como fortaleza de ese pueblo, el Tore que para sus miembros representan más que um baile, El Ouricuri, donde se nace étnicamente como Fulni-ô, y por lo tanto, cómo organizar su educación e cual es el sentido dado a la escuela por los Fulni-ô.
Palabras clave: El pueblo fulni-ô. Yaathe lengua materna. Educación escolar indígena. Tore. Ouricuri.

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Biografia do Autor

Lídia Márcia Lima de Cerqueira Silveira, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Mestranda em Educação, pesquisadora no Núcleo de Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação pela Universidade Federal de Pernambuco período 2010 a 2012, pesquisando sobre o Processo de Educação Escolar Indígena em Pernambuco a partir da experiência do povo Fulni-ô. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (1993), Especialista em Gestão de Pessoas pela UPE (1999) e Especialista
em Educação a Distância pelo SENAC (2010). Professora de Ensino Superior, lecionou por 11 anos na graduação da Universidade de Pernambuco - FCAP-UPE, 11 anos na graduação e pós-graduação da Faculdade de Olinda (FOCCA). Coordenou o Serviço de Estágio da FOCCA e coordenou a Área Pedagógica de Edições SM em todo o Nordeste. Possui experiência enquanto consultora nas áreas de recrutamento, seleção e treinamento, bem como tutora em EAD e atuou na supervisão pedagógica da Unidade de Educação a Distância do SENAC-PE, além de ter desenvolvido atividades de formação de professores pelas Editoras Edições SM, Escala Educacional - Larousse, Do Brasil e Ática/Scipione.

Luciana Rosa Marques, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) (1998), com mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (2000), no qual defendeu a dissertação;Projeto Político Pedagógico: construindo a autonomia da escola pública? As representações sociais dos conselheiros; Fez doutorado em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2006) com Estágio de Doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (2005), defendendo a tese; A descentralização da gestão escolar e a formação de uma cultura democrática em escolas públicas; Atualmente é professora adjunta do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional e do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade  Federal de Pernambuco. Desenvolve trabalhos na área de educação, atuando principalmente nos seguintes temas: democracia, gestão escolar, política educacional, financiamento da educação, conselho escolar, projeto político pedagógico e análise do discurso. É pesquisadora dos grupos de  pesquisa; Educação e Sociedade; Pós-estruturalismo, Política e Construção de Identidades;, vinculados ao Programa de Pós Graduação em Sociologia da UFPE e do grupo de pesquisa;Políticas Públicas de Educação; do Programa de Pós Graduação em Educação da UFPE.

Edson Hely Silva, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Doutor em História Social (UNICAMP). Professor no Programa de Pós-Graduação em História na UFCG (Campina Grande/PB), no PPGH/UFPE e no Curso de Licenciatura Intercultural na UFPE/ Caruaru, destinado a formação de professores/as indígenas em Pernambuco. Leciona História no Centro de Educação/Col. de Aplicação da UFPE/Recife. Pesquisa os temas: história indígena no Nordeste e em Pernambuco nos séculos XIX e XX; História
e memórias dos índios Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção/PE) e História Ambiental no Agreste/PE. Publicou artigos sobre história indígena e também questões ambientais.

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Publicado

2012-06-22

Como Citar

Silveira, L. M. L. de C., Marques, L. R., & Silva, E. H. (2012). FULNI-Ô: história e educação de um povo bilingue em Pernambuco. Cadernos De Pesquisa, 19(1). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/929

Edição

Seção

Artigos