ECOLOGIA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM CAMPO INUNDÁVEL NA APA DA BAIXADA MARANHENSE

Autores

  • Ricardo Barbieri Universidade Federal do Maranhão Av. dos Portugueses, 1966, São Luís, CEP 65080-805, MA
  • Joelma G. Carreiro Universidade Federal do Maranhão

Palavras-chave:

unidade de conservação, riqueza de espécies, biomassa, composição

Resumo

Este trabalho enfocou a composição de espécies, a diversidade e a biomassa de macrófitas aquáticas em campo inundável na bacia do rio Pericumã, Baixada Maranhense, nos períodos seco e chuvoso. A metodologia consistiu no alinhamento de um transecto de 20 metros e demarcação de dez parcelas com 4 m² cada, para avaliação do número de espécies e da densidade de macrófitas em campo inundável no município de Pinheiro (MA). A biomassa vegetal foi determinada em uma área à parte, de modo aleatório, com o auxílio de quadrado de madeira com 0,25 m² de área e expressa em g/m² de peso seco para três espécies mais frequentes. Foram observadas 12 espécies de plantas no campo, das quais 11 são macrófitas aquáticas e uma espécie anfíbia invasora. Eleocharis interstincta apresentou a maior biomassa (156,5 g/m²), 74,8% em massa viva, Eichhornia crassipes (53,6 g/m²), 61,6% em massa viva, e Salvinia auriculata apresentou a menor biomassa (29,6 g/m²), 14,5% em massa viva, no mês de julho de 2010. No que diz respeito à diversidade de Shannon (H’) para espécies na área estudada, os dados calculados foram 0,3915 (julho/2010) e 0,3882 (junho/2011). A riqueza de espécies apresentou diferenças relevantes ao longo do período sazonal, bem como a biomassa e o ciclo de vida das plantas, aspectos que refletiram a grande variação do nível d’água e a drástica mudança ambiental no campo inundável. Os dados demonstram que, no período seco, o campo acumula grande carga de massa vegetal morta que enriquece o solo em matéria orgânica e se torna substrato para a comunidade na próxima enchente. O grande número de indivíduos por área e a recuperação de biomassa no período úmido, ou de cheia no campo, é um fenômeno evidente para as macrófitas flutuantes e gramíneas perenes, as quais são indicadoras da recomposição da comunidade e fornecedoras de energia para cadeias alimentares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Barbieri, Universidade Federal do Maranhão Av. dos Portugueses, 1966, São Luís, CEP 65080-805, MA

Departamento de Oceanografia e Limnologia, Curso de Oceanografia

Joelma G. Carreiro, Universidade Federal do Maranhão

Departamento de Oceanografia e Limnologia

Referências

BARROS, M. 1960. Ciperáceas del Estado de Santa Catarina. Sellowia (Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues”), 181 p.

BERRY, P.E., HOLST, B.K. & YATSKIEVYCH, K. (eds.). 1998. Flora of the Venezuelan Guayana – Vol. 4: Caesalpiniaceae-Ericaceae, Misouri Botanical Garden Press, St. Louis.

Bianchini Jr., I., Pacobahyba, L. D. & Cunha-Santino, M. B. 2002. Aerobic and anaerobic decomposition of Montrichardia arborescens (L.) Schott. Acta Limnol. Bras., 14(3): 27-34.

BINI, L.M. 1996. Influence of flood pulse on the fitomass of there species of aquatic macroplytes in the upper River Parana floodplain. Arq. Biol. Tecnol., 39(3): 715-721.

BLOM, C.W.P.M., BÖGEMANN, G. M, LAAN P., VAN DER SMAN, A.J.M., VAN DE STEEG, H.M. & VOESENEK, L.A.C.J. 1990. Adaptation to flooding in plants from river areas. Aquat. Bot., 38: 29-47.

CAMARGO, A.F.M. & ESTEVES, F.A. 1996. Influence of water level variation on biomass and chemical composition of the aquatic macrophyteEichhorniaazurea (Kunth) in an oxbow lake of the Rio Mogi-Guaçu (São Paulo, Brazil). Archiv für Hydrobiologie, 135(3): 423-432.

CAMARGO, A.F.M., PEZZATO, M.M. & HENRY-SILVA, G. G. 2003. Fatores limitantes à produção primária de macrófitas aquáticas. In: Thomaz, S. M. & Bini, L. M. Ecologia e Manejo de Macrófitas Aquáticas. Editora da Universidade Estadual de Maringá. cap. 3, p. 59 – 83.

COOK, C.K., GUT, B.J., RIX, E.M., ECHNELLER, J. & SCITZ, M. 1974. Water plants of the world: a manual for the identification of the genera of freshwater macrophytes. The Hague: Dr. W. Junk B.V. Publishers. 561 p.

CROW, G.E.& HELLQUIST,C.B. 2000. Aquatic and Wetland Plants of Northeastern North America, Vol. 1.Univ. Press Wisconsin, Madison, WI.

ESTEVES, F.A. 2011. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Ed. Interciência/FINEP. 790 p.

FINLAYSON, C.M. 2005. Plant ecology of Australia’s tropical floodplain wetlands: a review. Ann. Bot. 96: 541-555.

GOLDER ASSOCIATES BRASIL LTDA. 2004. Diagnóstico do meio biótico para o licenciamento ambiental da usina siderúrgica de placas do Consórcio Baosteel/CVRD, São Luis (MA). São Luis. 148 p.

HOEHNE, F.C. 1948 (reimpresso em 1979). Plantas aquáticas. Publicação da série “D” Instituto de Botânica. São Paulo: Secretaria de Agricultura. 168 p.

IBAÑEZ, M.S.R., CAVALCANTE, P.R.S., COSTA NETO, J.P., BARBIERI, R., PONTES, J.P., SANTANA, S.C.C., SERRA, C.L.M., NAKAMOTO, N. & MITAMURA, O. 2000. Limnological characteristics of three aquatic systems of the pre-amazonian floodplain, Baixada Maranhense (Maranhão, Brazil). Aquat. Ecos. Health. & Manag. 3: 521-531.

JUNK, W.J., BAYLEY, P.B., SPARKS, R.E. 1989. The flood pulse concept in river- floodplain systems. Can. Spec. Publ. Fish. Aquat. Sci. 106: 110-127.

JUNK, W.J. & PIEDADE, M.T.F. 1993. Biomass and primary–production of herbaceous plant communities in the Amazon floodplain. Hydrobiologia, 263: 155-162.

JUNK, W.J. & PIEDADE, M.T.F. 1997. Plant life in the floodplain with special reference to herbaceous plants. Junk (ed.) The Central Amazon floodplain, Ecological Studies, vol. 126. p. 147-185. Springer-Verlag Berlin Heidelberg.

LIEFFERS, V.J. 1984. Emergent plant communities of oxbow lakes in northeastern Alberta: salinity, water level fluctuation, and succession. Can. J. Bot., 62: 310-316.

MALTCHICK, L.; OLIVEIRA,G.R.; ROLON, A.S. & STENERT, C. 2005. Diversity and stability of aquatic macrophyte community in three shallow lakes associated to a floodplain system in the South of Brazil. Interciencia, 30(3): 166-170.

MALTCHICK, L., ROLON, A.S. & SCHOTT, P. 2007. Effects of hydrological variation on the aquatic plant community in a floodplain palustrine wetland of Southern Brasil. Limnology, 8(1): 23-28.

MENEZES, C.F.S., ESTEVES, F. & ANESIO, A.M. 1993. Influência da variação artificial do nível d’água da represa do Lobo (SP) sobre a biomassa e produtividade de Nymphoides indica (L) O. Kuntze e Pontederia cortada L. Acta Limnol. Brasil., 6: 163-172.

MÜLLER-DOMBOIS, D. & ELLENBERG, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley. 547 pp.

NEIFF, J.J. 1990. Ideas para la interpretacion ecológica del Paraná. Interciencia, 15: 424-441.

NEIFF, J.J.; POI DE NEIFF, A.S.C.; PATIÑO, C.A.E. & BASTERRA DE CHIOZZI, I. 2000. Prediction of colonization by macrophytes in the Yaceretá Reservoir of the Paraná River (Argentina and Paraguay). Rev. Brasil. Biol. 60(4): 615-626.

PAST – Palaeontological Statistics, ver. 1.34Øyvind Hammer, D.A.T. Harper and P.D. Ryan March 17, 2005.

PITELLI, R.L.C. 2006. Abordagens Multivariadas do Estudo da Dinâmica de Comunidade de Macrófitas Aquáticas. Dissertação (PPG em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp – Botucatu.

POMPEO, M.L.M. & MOSCHINI-CARLOS, V. 1996. Seasonal variation in the density of aquatic macrophyte Scirpus cubensis Poepp & Kunth (Cyperaceae) in the lagoa do Infernão, State of S. Paulo, Brazil. Limnetica 12(1): 17-23.

POTT, V.J. & POTT, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Brasília: EMBRAPA. 404 p.

SILVA, J.A.B. 2000. Avaliação da biomassa e mapeamento de macrófitas aquáticas no lago de Viana – MA. São Luis. (Monografia, Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Maranhão.

SILVA, C.J. & ESTEVES, F.A. 1993. Biomass of three macrophytes in the Pantanal of the Mato Grosso, Brazil. Intern. J. Ecol. Environ. Scien. 19: 11-23.

TUNDISI, J.G. & MATSUMURA-TUNDISI, T. 2008. Limnologia. Oficina de Textos. São Paulo: 631 p.

Downloads

Publicado

2018-01-03

Como Citar

(1)
Barbieri, R.; Carreiro, J. G. ECOLOGIA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM CAMPO INUNDÁVEL NA APA DA BAIXADA MARANHENSE. Bol. Lab. Hidrobiol. 2018, 27.

Edição

Seção

Artigos