Comunidade fitoplanctônica do Lago Cajari, Baixada Maranhense, no período de cheia

Autores

  • Izabel Cristina da Silva Almeida Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFPR
  • Maria Marlúcia Ferreira-Correia Universidade Federal do Maranhão
  • Elãine Christine dos Santos Dourado Universidade Estadual de Maringá (UEM)
  • Elenice de Oliveira Caridade Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.18764/

Palavras-chave:

Áreas alagáveis, composição qualitativa, fitoplâncton.

Resumo

O Lago Cajari, localizado na cidade de Penalva, é considerado o maior e mais rico em pescado da região da Baixada Maranhense. Com o objetivo de caracterizar qualitativamente a comunidade fitoplanctônica deste lago, realizou-se amostragens de janeiro a junho de 2003, por arrastos horizontais na superfície. Identificou-se um total de 84 táxons, pertencentes a 4 divisões e distribuídos em 6 classes taxonômicas com 38 gêneros. A flora microfitoplanctônica do lago Cajari é composta basicamente por Bacillariophyta (42%) e Chlorophyta (39%). Espécies de ambiente marinho estiveram presentes nas amostras, o que sugere à entrada da cunha salina neste ambiente. Embora em ecossistemas aquáticos de água doce seja comum a presença de cianofíceas, no lago Cajari constituíram um pequeno percentual na composição florística. Em comparação com outros lagos, tanto tropicais quanto temperados, o lago Cajari apresentou alta riqueza de espécies fitoplanctônicas, demonstrando a sua grande importância no complexo lacustre da Baixada Maranhense.

 

Abstract

 

Phytoplankton assemblage of Cajari Lake, Baixada Maranhense during rainy period

 

The Cajari Lake, located near Penalva city, is of the one biggest lakes of the Baixada Maranhense Region.  The objective this paper was to characterize qualitatively the phytoplanktonic assemblage of this lake. Sampling was carried out between January and June of 2003 by horizontal draggings in surface. A total of 84 taxa were identified, distibuted in 4 divisions, 6 taxonomic the classes and 38 genera. The microplanktonic assemblage of the Cajari Lake is composed mainly by Bacillariophyta (42%) and Chlorophyta (39%).  Marine species were recorded in the samples, probably due to input of the salt-water in this environment.  Although the presence of cianofíceas is commom in freshwater environment, in the Cajari Lake they constituted only a small percentage in the floristic composition.  In comparison with other lakes, tropical and sub-tropical regions, the Cajari Lake presented high richness of species, confirming its great importance in the lacustrine complex of the Baixada Maranhense.

 

Keywords: Flooded areas, qualitative composition, phytoplankton.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Izabel Cristina da Silva Almeida, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFPR

Departamento de Pesca e Aqüicultura

Maria Marlúcia Ferreira-Correia, Universidade Federal do Maranhão

Departamento de Oceanografia e Limnologia

Elãine Christine dos Santos Dourado, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (NUPÉLIA)

Referências

ALMEIDA, I. C. S. 2005. Indicadores e tensores ambientais nos ambientes aquáticos da região lacustre de Penalva, Apa da Baixada Maranhense. Monografia (Curso de Ciências Aquáticas, Universidade Federal do Maranhão). 71p.

ANAGNOSTIDIS, K. & KOMÁREK, J. 1988. Modern approach to the classification system of Cyanophytes. 3 – Oscillatorialles. Arch. Hydrobiol. Suppl., 50-53: 327-472.

BRANCO, C. W. C. 1991. A comunidade planctônica e a qualidade da água no lago Paranoá, Brasília, DF, Brasil. (Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília). 341p.

CHORUS, I. & BARTRAM, J. 1999. (Eds.) Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and manegement. New York: Spon Press, p. 1-40.

COESEL, P. F. M. & WARDENAAR, K. 1990. Growth responses of plaktonic desmid species in a temperature-ligth gradient. Fresh. Biol., 23 (3): 551-560.

COSTA-NETO, J. P.; BARBIERI, R.; IBAÑEZ, M. S. R.; CAVALCANTE, P. R. S. & PIORSKI, N. M. 2001/2002. Limnologia de três ecossistemas aquáticos característicos da Baixada Maranhense. Bol. Lab. Hidrobiol., 14/15: 19-38.

DELLAMANO-OLIVEIRA, M. J., SENNA, P. A. C. & TANIGUCHI, G. M. 2003. Limnological characteristics and seasonal changes in density and diversity the phytoplankton community at the Caçó Pond, Maranhão State, Brasil. Braz. Arch. Biol. Tech., 46 (4): 641-651.

DIAS-JÚNIOR, C. 1990. Ciclo anual do fitoplâncton e algumas variáveis ambientais na lagoa do Infernão (SP). (Dissertação de Mestrado Universidade Federal de São Carlos. 108 pp.

ERICEIRA, J. E. 2000. Fitoplâncton dos rios Pindaré, Mearim e Itapecuru (Maranhão, Brasil): aspectos taxonômicos e ecológicos. Monografia (Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Maranhão). 36p.

FELISBERTO, S. A. & RODRIGUES, L. 2005. Comunidade de algas perifíticas em reservatórios de diferentes latitudes. In: RODRIGUES, L.; THOMAZ, S. M.; AGOSTINHO, A. A. & GOMES, L. C. Biocenoses em reservatórios: padrões espaciais e temporais. São Carlos: RiMa, cap. 8, p. 97-114.

GARCÍA DE EMILIANI, M. O. 1980. Fitoplancton de una laguna del valle aluvial del Paraná Médio (“Los Mata-dores”), Santa Fé, Argentina; I. Estructura y distribución en relación a factores ambientales. Ecologia, 4: 127-140.

HUSZAR, V. L. M. 1994. Fitoplâncton de um lago amazônico impactado por rejeito de bauxita (Lago Batata, Pará, Brasil): estrutura da comunidade, flutuações espaciais e temporais. Tese, São Carlos, SP, UFSCar, 328p.

HUSZAR, V. L. M. 1996. Floristic composition and biogeographical aspects of the phytoplankton of an Amazonian floodplain lake (Lake Batata, Pará, Brasil). Acta Limnol. Brasil., 8: 127-136.

HUTCHINSON, G. E. 1967. A treatise on Limnology. New York: J. Wiley & Sons, v.2.

JUNK, W. J.; BAYLEY, P. B. & SPARKS, R. E. 1989. The flood pulse concept in river-floodplain systems. In: Dodge, D. P. Proceedings of the International Large River Symposium. Can. Spec. Publ. Fish. Aq. Sci., 106: 110-127.

KALFF, J. & WATSON, S. 1986. Phytoplankton and its dynamics in two tropical lakes: a tropical and temperate zone comparison. Hydrobiol., 138: 161-176.

KILHAM, K. 1980. The evolutionary ecology of phytoplankton. In: MORRIS, I. The physiological ecology of phytoplankton. Blackwell, Oxford. p. 571-597.

KOMÁREK, J. & ANAGNOSTIDIS, K. 1989. Modern approach to the classification system of cyanophytes. 4: Nostocales. Algol. Stud. 56: 247-345.

LAMPERT, W. & SOMMER, U. 1997. Limnoecology: the ecology of lakes and streams. New York: Oxford University Press. 382p.

LEWIS, JR., W. M. 1978. A compositional, phyto-geographical and elementary structural analysis of the phytoplankton in a tropical lake: Lake Lanao, Philipinnes. J. Ecol., 66: 213-226.

LEWIS-JR., W. M. & RIEHL, W. 1982. Phytoplankton composition and morphology in Lake Valencia, Venezuela. Int. Revue Ges. Hydrobiol. Hydrogr., 67(3): 297-322.

MARGALEFF, R. 1983. Limnología. Barcelona: Omega. 1010p.

MÜLLER-MELCHERS, F. C. & FERRANDO, H. J. 1956. Plancton diatoms of the “toko-maru” voyage (Brazil coast). Bol. Inst. Ocean., 8 (1-2): 111-138.

MUNAWAR, M. & MUNAWAR, I. F. 1986. The seasonality of phytoplankton in the North American Great Lakes, a comparative synthesis. Hydrobiologia, 138: 88-115.

NEIFF, J. J. 1990. Ideas para la interpretación ecológica del Paraná. Interciencia, 15 (6): 424-441.

PARRA, O. O. & BICUDO, C. E. M. 1995. Introduccion a la Biologia y Sistemática de las algas de aguas continentales. 268p.

PAYNE, A. I. 1986. The ecology of tropical lakes and rivers. New York, John Willey, 301p.

PLANAS, M. D. 1973. Composición, ciclo y productividad del fitoplancton del lago de Banyoles. Oecol. Aquat., 1: 3-106.

PRESCOTT, G. W. 1978. How to know the freshwater algae. Washington DC, 293p.

REYNOLDS, C. S. 1984. The ecology of freshwater phytoplankton. Cambridge: Cambridge University Press, 384 p.

SILVA, L. H. S. 1999. Fitoplâncton de um reservatório eutrófico (Lago Monte Alegre), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Biol., 59 (2): 281-303.

SILVA-CUNHA, M. G. G. & ESKINAZI-LEÇA, E. 1990. Catálogo das diatomáceas (Bacillariophyceae) na plataforma continental de Pernambuco. Recife: SUDENA. 308p.

SOMMER, U. 1988. Growth and survival strategies of planktonic diatoms. In: Sandgren, C. D. (Ed.). Growth and reproductive strategies of freshwater phytoplankton. Cambridge: Cambridge University Press, ch. 6, p. 227-260.

SPARKS, R. E.; BAYLEY, P. B.; KOHLER, S. L. & OSBORN, L. L. 1990. Disturbance and recovery of large floodplain rivers. Env. Man., 14 (5): 699-709.

SUDEMA (Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão). 1970. Novo Zoneamento do Estado do Maranhão. São Luís, MA.

TRAIN, S. & RODRIGUES, L. C. 1997. Distribuição espaço-temporal da comunidade fitoplanctônica. In: VAZZOLER, A. E. A. de M.; AGOSTINHO, A. A. & HAHN N. S. (Eds.) A planície de inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos. Maringá: EDUEM: Nupélia. Cap 1, p. II, p.105-115.

Downloads

Como Citar

(1)
Almeida, I. C. da S.; Ferreira-Correia, M. M.; Dourado, E. C. dos S.; Caridade, E. de O. Comunidade fitoplanctônica Do Lago Cajari, Baixada Maranhense, No período De Cheia. Bol. Lab. Hidrobiol. 2014, 18.

Edição

Seção

Artigos