CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DA HERPETOFAUNA DAS SERRAS ONÇA E PUMA, SUDESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL

Autores

  • Emil José Hernández-Ruz Universidade Federal do Pará
  • Bento Melo Mascaranhas Museu Paraense Emílio Goeldi/CZO
  • Ronildon Miranda Museu Paraense Emílio Goeldi/CZO

DOI:

https://doi.org/10.18764/

Resumo

Com o objetivo de caracterizar a herpetofauna das Serras da Onça e Puma nos municípios de Ourilândia do Norte, Tucumã, São Félix do Xingu e Paraupebas, região sudeste do estado do Pará, realizamos buscas diurnas e noturnas nos diferentes microhábitats disponíveis: folhiço, solo, ervas e arbustos, em árvores e corpos de água, seguindo a metodologia de busca livre de trabalho com herpetofauna, com o intuito de garantir que fosse bem representada a herpetofauna da região. Para as capturas utilizamos os métodos manual e armadilhas de interceptação e queda “pitfall”. A cada exemplar capturado eram tomados dados de forma e coloracão, sexo, dimensões, atividade, hora de captura, estrato e substrato onde foi encontrado. A herpetofauna das serras Onça e Puma foi caracterizada por apresentar 15 famílias, distribuídas em 4 de anfíbios e 11 de répteis. Os anfíbios estão representados somente pela subordem Anura. As famílias de anfíbios mais ricas em número de espécies foram, Hylidae e Leptodactylidae, a primeira com quatro gêneros e nove espécies e a segunda com um gênero e duas espécies. Os répteis estiveram representados pelas ordens Crocodylia, Squamata e Testudinata. Os Crocodylia estiveram representados apenas por uma família um gênero e uma espécie. Os Squamata por duas subordens e oito famílias, a família com maior número de gêneros e espécies Colubridae (Serpentes), com sete espécies e sete gêneros. As famílias Boidae, Elapidae (Serpentes), Scincidae e Iguanidae (Sauria) estiveram representadas por uma espécie somente. A Ordem Testudinata esteve representada pelas subordens Cryptodira e Pleurodira, das quais Cryptodira teve uma espécie e Pleurodira duas. Nenhuma das espécies foi endêmica para a região, provavelmente porque a área de estudo  está localizada numa região de transição de dois grandes biomas, a floresta Amazônica e o Cerrado. Ainda é difícil fazer uma estimativa do número de espécies de répteis e anfíbios que podem ser encontradas na região de estudo, pois os resultados encontrados indicam que a curva de descobrimento de espécies parece estar longe de alcançar algum grau de equilíbrio. Portanto, somente é possível predizer que mais espécies de répteis e anfíbios serão encontradas nesta região.

Palavras-chave: Anfíbios, répteis, Amazônia, diversidade, Estado do Pará.

Abstract

Preliminar characterization of the herpetofauna of the Serras Onça and Puma in the Southeast of the Pará State, Brazil


The study aimed to characterize the herpetofauna in the Serra Onça and Puma in the municipalitys of Ourilândia do Norte, Tucumã, São Félix do Xingu and Paraupebas, southeast of the state of Pará, Brazil. We exhaustively searched, day and night, in leaf litter, herbs and shrubs, trees, bodies of water, areas of cultivation and grazing, following the methodology of seeking free to work with herpetofauna. Individuals were captured manually or with pitfalls. For each specimen we recorded the coloration, sex, size, activity prior to capture, time of capture, layer and substrate where it was found. The herpetofauna of the Serras Onça and Puma was characterized by 15 families, four of amphibians, and 11 of reptiles. The amphibians are represented only by the suborder Anura. Hylidae (four genera, nine species) and Leptodactylidae (one genus, two species) were the most specious families of amphibians. Reptiles were represented by the orders Crocodylia, Testudinata, and Squamata. The Crocodylia was represented by a single family (one genus, one species); Squamata by two suborders and eight families (Colubridae was the most specious family). The families Boidae, Elapidae (Serpentes), Scincidae and Iguanidae (Sauria) were represented by only one species. Testudinata was represented by the suborders Cryptodira (one species) and Pleurodira (two species). None of the species is endemic to the region, probably because that is an area of transition of two biomes, the Amazonian forest and the Cerrado. Although it is difficult to estimate the number of species of reptiles and Amphibians which can be found in the study area, our results indicate that the accumulation curve of species appears to be far from reaching a plateau, suggesting that more reptilian and amphibian  species will be collected in future studies.

Key words: Amphibians, reptilians, Amazonia, Diversity, Pará State.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Emil José Hernández-Ruz, Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências Biológicas

Referências

AMAT. 1996. Sul e sudeste do Pará hoje. Gráfica e editora Ltda. Belém. 284 p.

ARAGÃO, L.E., GRAÇA, P.M.L.A., RIVERA-LOMBARDI, R. J. & KRUG, T. 2001. Utilização de técnicas de classificação digital de imagens landsat TM-5 na identificação de áreas florestais afetadas pela extração seletiva de madeira: parte baixa do rio Capim, Pa. Anais X SBSR, Foz do Iguaçu, 21-26 de abril. INPE, p. 1509-1512, Sessão Pôster.

AVILA-PIRES, T.C.S. 1995. Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: Squamata). Zool. Verh. Leiden. 1995: 1-706.

AVILA-PIRES, T.C.S., HOOGMOED, M.S. & VITT, L.J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Luciana B. Nascimento; M. Ermelinda Oliveira. (Org.). Herpetologia do Brasil II. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Herpetologia, p. 13-43.

AZEVEDO-RAMOS, C. & U. GALATTI. 2002. Patterns of Amphibian Diversity in Brazilian Amazonia: Conservation Implications. Biological Conservation. 103: 103-111.

BRANDT. 2004. Projeto Onça Puma lavra e processamento de minério de Níquel. Estudo de impacto Ambiental. 65 p.

CAMPBELL, J.A & LAMAR W.W. 2004. The venomous reptile of the Western Hemisphere. Comstock Publishing Associates Ithaca New York Vol I i-xviii 1-47 [1-28] plate 1-751 Vol II i-xiv 477-61 [1-27] plate 752-1365.

CHAPARRO, J.C., PRAMUK, J.B. & GLUESENKAMP, A.G. 2007. A new species of arboreal Rhinella (Anura: Bufonidae) from cloud forest of southeastern Peru. Herpetologica. 63(2): 203-212.

CUNHA, O.R. & DO NASCIMENTO, F.P. 1993. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Sér. Zool. 9 (1): 1-191.

ERNEST, C.H. & BARBOUR, R.W. 1989. Turtles of the World. Smithsonian Institution Press. Washington, D. C. 313 p.

FAIVOVICH, J., HADDAD, C.F.B., GARCIA, P.C.A. FROST, D.R. CAMPBELL, J.A. & WHEELER, W. C. 2005. Systematic review of the frog family Hylidae, with special reference to Hylinae: phylogenetic analysis and taxonomic revision. Bull. Amer. Mus. Nat. Hist. 294: 1-240.

FROTA, J.G., SANTOS-JR, A.P., CHALKIDIS, H.M. & GUEDES, A.G. 2005. As Serpentes da região do baixo rio Amazonas, oeste do estado do Pará, Brasil (Squamata). Biociências, Porto Alegre, 13 (2): 211-220.

GRANT, T., FROST, D.R., CALDWELL, J.P., GAGLIARDO, R., HADDAD, C.F.B., KOK, P.J.R., MEANS, D.B., NOONAN, B.P., SCHARGEL, W.E. & WHEELER, W.C. 2006. Phylogenetic systematics of dart-poison frogs and their relatives (Amphibia: Athesphatanura: Dendrobatidae). Bull. Am. Mus. Nat. Hist. 299:1-262.

GREENE, H.W. 1988. Antipredator mechanisms in reptiles. In: Defense and life history. C. Gans & R.B. Huey (eds.). New York: Alan R. Liss. 1-134.

HAFFER, J. 1969. Speciation in Amazonian forest birds. Science. 165: 131-137.

INPE. 2002. Monitoramento da floresta Amazônica por satélite. http:www.inpe.br.

MEDEM, F. 1983. Los Crocodylia de Sur América. Vol. 2. Colciencias-Instituto de Ciencias Naturales. Universidad Nacional de Colombia. Bogotá, Colombia. 270 p.

PACALA, S.W. & ROUGHGARDEN, J. 1984. Control of arthropod abundance by Anolis lizards on St. Eustatius (Neth. Ant.). Oecologia 64: 160-162.

PETERS, J & DONOSO-BARROS, R. 1970. Catalogue of the Neotropical Squamata: part II. Lizards and Amphisbaenians. Nat. Mus. Bull. 297: 1-293.

PETERS, J.A. & OREJAS-MIRANDA, B. 1986. Catalogue of the Neotropical Squamata: part I. Snakes. Smithsonian Inst. Bull. 297: 1-347.

PISANI, G.R. & VILLA, J. 1974. Guía de Técnicas de preservación de Anfibios y Reptiles. Soc. Study Amphibians And Reptiles (Publicaciones Misceláneas) Circular Herpetológica. 23p.

POUGH, F.H., ANDREWS, R.M., CADLE, J.E., CRUMP, M. L., SAVITZKY, A.H. & WELLS, K. D. 1998. Herpetology. Prentice Hall. New Jersey. 577p.

RIBEIRO-JUNIOR, M. A.; GARDNER, T. A., AVILA-PIRES, T. C. S. 2006. The effectiveness of glue traps to sample lizards in a tropical rainforest. South American Journal of Herpetology 1: 131-137,

ROZE, J. 1969. La taxonomía y zoogeografía de los ofidios de Venezuela. Universidad Central de Venezuela. Caracas. 163p.

ROZE, J. 1996. Coral Snakes of the Americas: Biology, Identification, and Venoms. Krieger Publishing Company: 328 p.

SAVAGE, J.M. 1980. A handlist with preliminary keys to the herpetofauna of Costa Rica. University of South California. 110 p.

SCHOENER, T. W. & D. A. SPILLER. 1987. Effect of lizards on spider populations: Manipulative reconstruction of a natural experiment. Science. 236: 949-952.

VARGAS-S., F & BOLAÑOS-L., M.E. 1999. Presencia de reptiles en la región de Anchicayá, pacífico colombiano, a través de un gradiente de deforestación. Caldasia. 21 (2): 235-238.

VERÍSSIMO, A., ARIMA, E. & LIMA, E. 2000. O diagnostico do uso da terra na Amazônia: exploração madereira, agricultura e agropecuária. In: Biodiversidade da Amazônia brasileira. A. Veríssimo, A. Moereira, D. Sawyer, I. dos Santos & L. P. Pinto (Eds.). Instituto Socio Ambiental. Rio de Janeiro. Pp 327-338.

Como Citar

(1)
Hernández-Ruz, E. J.; Mascaranhas, B. M.; Miranda, R. CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DA HERPETOFAUNA DAS SERRAS ONÇA E PUMA, SUDESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL. Bol. Lab. Hidrobiol. 2014, 21.