CUIDANDO DE SAÚDE EM GITONGA E PORTUGUÊS – RUMO A UM DICIONÁRIO DE ESPECIALIDADE

Autores

  • Henrique Mateus Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Alexandre António Timbane Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira- Campus dos Malês Instituto de Humanidades e Letras Av. Juvenal Eugênio Queiroz, s/n – Centro, CEP: 43900-000 São Francisco do Conde – Bahia – Brasil http://orcid.org/0000-0002-2061-9391

Palavras-chave:

Língua, Saúde, Dicionário, Terminologia e Lexicologia.

Resumo

Segundo a Constituição da República em vigor em Moçambique, no Artigo 9, sobre as Línguas Nacionais, o Estado valoriza as línguas nacionais como patrimônio cultural e educacional e promove o seu desenvolvimento e utilização crescente como línguas veiculares da nossa identidade e, no artigo 10, sobre a Língua Oficial, destaca o Português como língua oficial. Dada a atual política linguística em vigor no país, que exclui as línguas moçambicanas e a adota o Português como língua de prestígio, notamos uma fraca interação entre muitos servidores e utentes das nossas unidades sanitárias. O presente trabalho visa contribuir para a redução dos efeitos negativos da barreira linguística entre os profissionais de saúde e os pacientes na comunidade tonga. O principal problema desta investigação é perceber que instrumentos linguísticos podem ser adotados para reduzir os efeitos negativos da barreira linguística entre o profissional de saúde e o paciente. Em resposta ao problema acima levantado, recolhemos e analisamos dados sobre a interação entre os profissionais de saúde e pacientes/doentes com relação às doenças mais frequentes na comunidade tonga. A partir das constatações a que a pesquisa nos levou, apresentamos uma proposta metodológica para a compilação de um futuro Dicionário de Saúde Gitonga-Português / Português-Gitonga, capaz de reduzir a barreira linguística que, infelizmente, persiste nos nossos hospitais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Henrique Mateus, Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique

Moçambicano, é actualmente doutorando em Linguística na Universidade Eduardo Mondlane. Possui mestrado em Linguística e licenciatura em Ensino de Línguas Bantu pela Universidade Eduardo Mondlane. É docente e investigador na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane desde 2009. Ocupa-se das áreas de ensino, terminografia e tradução envolvendo línguas bantu moçambicanas.       

Alexandre António Timbane, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira- Campus dos Malês Instituto de Humanidades e Letras Av. Juvenal Eugênio Queiroz, s/n – Centro, CEP: 43900-000 São Francisco do Conde – Bahia – Brasil

Pós-Doutor em Estudos Ortográficos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP (2015), Pós-Doutor em Linguística Forense pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC(2014), Doutor em Linguística e Língua Portuguesa (2013) pela UNESP, Mestre em Linguística e Literatura moçambicana (2009) pela Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique (UEM). É Licenciado e Bacharel em Ensino de Francês como Língua Estrangeira (2005) pela Universidade Pedagógica-Moçambique (UP). É membro do Grupo de pesquisa África-Brasil: Produção de Conhecimento, Sociedade Civil, Desenvolvimento e Cidadania Global

Referências

BALANGO, P. E. O Uso de Língua Portuguesa como Barreira no Acesso aos Serviços de Saúde: O Caso da Medicina III do Hospital Central de Maputo. Maputo, 2015.

BARRETO, A. G. L. & MATOS, C. Manual de Vigilância Epidemiológica para o Nível Distrital: Normas e Instrumentos. Vol.2. Maputo: Ministério da Saúde/Direcção Nacional de Saúde/ Gabinete de Epidemiologia, 2003.

BOULANGER, J. C. Convergências e Divergências entre a Lexicografia e a Terminografia. In: LIMA, M. S. & RAMOS, P.(Org.). Terminologia e Ensino de Segunda Língua. Porto Alegre, 2001.

CABRÉ, M. T. 2004. A Terminologia hoje: Concepções, Tendências e Aplicações. In: KRIEGER, M.G.; ARAUJO, L. (Org.). A Terminologia em Foco. Cadernos de Tradução. Porto Alegre: Instituto de Letras, 2004.

CABRÉ, M. T. La Terminología: Representación y Comunicación: Elementos para una Teoria de Base Comunicativa y Otros Artículos. Barcelona: Institut Universitari de Lingüistica Aplicada, 1999.

CATFORD, J. C. Uma Teoria Linguística da Tradução. Centro de Especialização de Tradutores de Inglês do Instituto de Letras da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. São Paulo: Editora Cultrix, 1980.

CHIMBUTANE, F. Línguas e Educação em Moçambique: Uma Perspectiva Sócio-histórica. In GONÇALVES, P. e CHIMBUTANE, F. (Org.). Multilinguismo e Multiculturalismo em Moçambique. Maputo: Alcance Editores, 2015. Pagina inicial e pagina final

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA,Constituição da Republica de Moçambique. Maputo, 2004.

CONTENTE, M. Terminocriatividade, Sinonímia e Equivalência Interlinguística em Medicina. Lisboa: Edições Colibri, 2008.

COSTA, M. R. V (1993). Terminologia da Economia Monetária: Relações conceptuais e semânticas numa sistemática terminológica e lexicográfica. Maputo, 1993.

FIRMINO, G. A “Questão Linguística” na África Pós-Colonial: O Caso do Português e das Línguas Autóctones em Moçambique. Maputo: Promédia,2002.

INE. Recenseamento geral de População, Maputo, 2017

JENSEN, P. C. M & MENDES, O. Plantas Medicinais: Seu uso Tradicional em Moçambique. Vol.3. Maputo, 1990.

JENSEN, P. C. M & MENDES, O. Plantas Medicinais: Seu uso tradicional em Moçambique. Vol.4. Maputo, 1991.

JENSEN, P. C. M, MENDES, O & SILVA, C. Plantas Medicinais: Seu uso tradicional em Moçambique. Vol.5. Maputo, 2001.

KRIEGER, M. d., & FINATTO, M. J. Introdução à Terminologia: Teoria e Prática. São Paulo: Contexto, 2004.

LOPES, A. J. Política Linguística: princípios e problemas/language policy: Principles and Problems. Maputo: Livraria Universitária, 1997.

LORENTE, M. Teoría e Innovación en Terminografía: La Definición Terminográfica. In. CABRÉ, M. T & FELIU, J. La Terminología científicotécnica: Reconocimiento, Análisis y Extracción de Información Formal y Semántica. Universitat Pompeu Fabra. Barcelona: Institut Universitari de Lingüística Aplicada, 2001.

MISAU. Guia para Tratamento e Controle das Infecções de Transmissão Sexual (ITS). Maputo, 2006.

MOÇAMBIQUE. Constituição da República de Moçambique. Maputo: Imprensa Nacional de Moçambique, EP. 2004.

NGUNGA, A & BAVO, N. Práticas Linguísticas em Moçambique: Avaliação da Vitalidade Linguística em Seis Distritos. Maputo: CEA-UEM, 2011.

SILVA, D. Estudo Lexicográfico da Língua Terena: Proposta de um Dicionário Bilingue Terena Português. São Paulo: Araraquara, 2013.

SITOE, B. & NGUNGA, A. (Org.). Relatório do II Seminário sobre a Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas: Separata da Língua Xichangana. Maputo: Centro dos Estudos das Línguas Moçambicanas (NELIMO) – Universidade Eduardo Mondlane, 2000.

SITOE, B. Lexicografia da Língua Tsonga: Uma Proposta Metodológica. Varsóvia: Universidade de Varsóvia, 1991.

SITOE, B. Tratamento de Unidades Terminológicas Complexas na Língua de Especialidade. Comunicação Apresentada no Seminário Investigação em Ciências Sociais e Humanas em Moçambique. Fa¬culdade de Letras e Ciências Sociais. Maputo: UEM, 2007.

UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. Comissão Nacional da UNESCO. Barcelona, 1996.

WEINRICH, H. A Verdade dos Dicionários. in VILELA, M. (Org.). Problemas de Lexicologia e Lexicografia. Porto: Livraria Civilização Editora. 1979.

WUSTER, E. Introducción a La Teoría General de la Terminologia y a la Lexicografia Terminológica. Barcelona: Institut Universitari de Lingüística Aplicada, 1998.

Downloads

Publicado

2019-09-26

Como Citar

MATEUS, Henrique; TIMBANE, Alexandre António.
CUIDANDO DE SAÚDE EM GITONGA E PORTUGUÊS – RUMO A UM DICIONÁRIO DE ESPECIALIDADE
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 4, n. 12, p. 144–167, 26 Set 2019Tradução . . Disponível em: . Acesso em: 25 abr 2024.

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: ESTUDOS DO LÉXICO – PERSPECTIVAS